quinta-feira, 28 de fevereiro de 2013

A patente da fotografia tem origens portuguesas

Louis Daguerre é considerado o autor da primeira patente para um processo fotográfico, lá pelo ano de 1839.
Creio é que a maior parte das pessoas não sabe que a sua família é de origens portuguesas.
A família Da Guerra, era uma família judia que vivia em Portugal. Quando foi a época da perseguição aos judeus e porque não queriam tornar-se cristãos novos, saíram de Lisboa para se refugiarem junto à fronteira com Espanha.
No entanto essa fuga não conseguiu durar longo tempo e decidiram então partir para terras francesas, mais concretamente Paris.
Lá chegados, o nome de família foi "afrancesado", passou a Daguerre.

Deixo-vos uma das primeira fotografias que precisou de mais de 10 horas de exposição para ficar registada, daí que pareça que Paris está vazia, pois só os elementos que não se movimentam é que conseguem ficar registados.
Os mais observadores podem então perguntar: "mas está ali uma figura, porque não se mexeu essas pessoa?"

Porque era um engraxador!


terça-feira, 26 de fevereiro de 2013

Chade

Certa vez tive num grupo um senhor que vinha de Chade, da República do Chade.
Imediatamente pensei: "mas onde fica isso?"
E com a mesma rapidez lembrei-me daquelas situações em que nos sentimos ofendidos porque há pessoas que não sabem onde fica Portugal.
Chade não terá exactamente o mesmo valor?

Desde então, quando deparo-me com pessoas que não fazem a mínima ideia onde é Portugal, eu explico com muito mais paciência. Lições desta profissão: 
- lembrar a nossa pequenez, lá porque estou aqui, o mundo inteiro não tem que se importar com isso. E não sou melhor, nem pior por isso.



segunda-feira, 25 de fevereiro de 2013

A excepção

"Nos anos 70, Marina Abramovic viveu uma intensa história de amor com Ulay. Durante 5 anos viveram num furgão realizando todo tipo de performances. Quando sentiram que a relação já não valia aos dois, decidiram percorrer a Grande Muralha da China; cada um começou a caminhar de um lado, para se encontrarem no meio, dar um último grande abraço um no outro, e nunca mais se ver. 23 anos depois, em 2010, quando Marina já era uma artista consagrada, o MoMa de Nova Iorque dedicou uma retrospectiva a sua obra. Nessa retrospectiva, Marina compartilhava um minuto de silêncio com cada estranho que sentasse a sua frente. Ulay chegou sem que ela soubesse... e foi assim."

A ideia deste blog é contar as aventuras e desventuras da vida dos Guias, em espécie de desabafo do bom e do mau e como reflexão de uma aprendizagem que não tem fim. Aprendizagem de saber histórico, mas talvez ainda mais, de experiências de Vida, de relações Humanas.
Além disso gosto de partilhar convosco as coisas boas que Portugal tem para oferecer, sejam elas pessoas, coisas ou lugares.
Mas hoje deparei-me com este video no youtube... e não consigo evitar a partilha. Nada há que ligue a Portugal, mas eu adoro esta artista. Adoro tudo aquilo que ela transmite com as suas performances, adoro a força dos seus actos. São lições de vida, de pulsar, de sentir.

Permitam-me esta excepção... talvez venha para confirmar a regra ;)


sábado, 23 de fevereiro de 2013

História da Catarina Silva - sem palavras

Como reagiriam se vos fizessem o seguinte pedido:

"serviço de tradução simultânea Português - Brasileiro"

??????

quinta-feira, 21 de fevereiro de 2013

Dia Internacional do Guia - Intérprete

Hoje, dia 21 de Fevereiro celebramos mais um Dia Internacional do Guia-Intérprete.
Este ano a AGIC festeja com o público nacional e estrangeiro. Para tal decidiu organizar visitas guiadas a pé grátis no centro histórico de Lisboa.
Serão nos seguintes idiomas: português, inglês, francês, espanhol, italiano, alemão, romeno e holandês.

Se puder apareça ou informe um amigo seu.
Deixo-vos o cartaz com os pontos de encontro e os horários:



quarta-feira, 20 de fevereiro de 2013

Feijoada - versão vegetariana

Hoje voltamos às receitas tradicionais, mas na sua versão vegetariana.
Como os dias ainda vão frios lembrei-me de uma feijoada deliciosa que uma amiga minha faz, a Ida, que por sua vez aprendeu com a sua mãe, que aprendeu com a mãe dela. Pedi-lhe para escrever-me a receita de forma a compartilhar convosco, assim aqui vai a iguaria:

Numa frigideira coloque 4 colheres de sopa de azeite. 
Pique uma cebola média miudinha, quando o azeite estiver quente, coloque a cebola e baixe o lume para não queimar e deixar a cebola amolecer. De seguida junte 3 dentes de alho picados, 4 colheres de sopa de tomate pelado (ou tomatada). Depois adicione massa de malagueta, mel, canela e cominhos a gosto.
Deixe apurar. 
De seguida moe tudo e junto duas latas grandes de feijão já cozinhado.
Envolva bem no molho.
Se preferir, passe para uma panela grande para tapar e deixar o feijão tomar o gosto do molho.
Mexa de vez em quando.
Sirva com coentros frescos e acompanhe com arroz branco.

O sabor desta feijoada é agridoce! Acreditem que é de chorar por mais!


Neste almoço, durante o Outdoors do Método DeRose Cascais no ano passado, não sobrou nem um bocadinho :)

PS: obrigada Ida


terça-feira, 19 de fevereiro de 2013

Surf

Após Garret MacNamara ter surfado a maior onda do mundo na Praia do Norte, Nazaré em Portugal, este ano um português, sem patrocínios, decidiu experimentar a sua sorte. E não é que conseguiu?
Aqui fica a imagem de António Silva e as ondas à volta dos 30m!!!!




quinta-feira, 14 de fevereiro de 2013

História da Sofia Martins - Autocarródromo

Neste Carnaval a Sofia estava com um grupo de brasileiros na Nazaré. 
Estavam no autocarro a fazer o percurso quando tiveram que parar por causa do desfile de Carnaval. 
Um grupo de mulheres vestidas de nazarenas ficou a dançar em frente ao autocarro. Os brasileiros adoraram, começaram logo a cantar e a querer dançar. Nisto o grupo carnavalesco pediu para abrir a porta do autocarro, imbuída do espírito a Sofia aceitou.  
Assim um simples autocarro de turismo passou a fazer parte do desfile de Carnaval: as nazarenas entraram pela porta da frente, dançaram e cantaram pelo corredor do autocarro, deixaram os brasileiros super felizes e saíram pela porta detrás.
Pode não ser o sambódromo, mas esse Carnaval ficou na memória de todos certamente!





Bailado

O Lago dos Cisnes é daqueles bailados incontornáveis. 
Talvez até já tenham visto mais do que uma vez e por companhias diferentes, mas deixo-vos este convite, pois neste espectáculo terão o privilégio de ver na mesma sala o trabalho de profissionais portugueses de várias áreas:

Coreografia Fernando Duarte segundo Marius Petipa e Lev Ivanov 
◆ Filme Edgar Pêra 
◆ Figurinos José António Tenente 
◆ Desenho de luz Nuno Meira
e obviamente ◆ Música Piotr Ilitch Tchaikovski ◆ Libreto original Vladimir BegitchevVasili Geltzer  Interpretação musical
Orquestra Metropolitana de Lisboa sob a direção de Cesário Costa

Entre 14 de Fevereiro e 3 de Março


quinta-feira, 7 de fevereiro de 2013

Vivências assim III

Durante o Mundial de Futebol na África do Sul tive dois grupos muito difíceis: os chineses e os romenos liderados por um italiano do sul.
Aprendi que os chineses comem em 20 minutos, que andam por onde querem, que é extremamente difícil impôr-lhes disciplina e que esperam que o hotel tenha pasta de dentes e chinelos para todos, por isso não os trazem consigo nas mala. Resultado: tive que subitamente encontrar 90 pastas de dentes e pares de chinelos! Aprendi que são muito, mas muito insistentes até conseguirem obter o que querem! 
Assim que aterraram perguntaram-me logo qual era o dia em que visitaríamos o Cabo da Boa Esperança. Problema gerado, pois não estava incluído em nenhum dos dias. Até conseguirem um ok para tal visita, não desistiram e confesso que fiquei feliz por tal, pois também eu queria ir até lá! 
Neste tipo de trabalho se não temos a sorte do nosso grupo ir a determinados sítios, nós também não vamos. Por muito que fiquemos um mês ou dois, a maioria das vezes é impossível visitar o que quer que seja, ao contrário do que as pessoas pensam! Lobbies de hotéis, salas de reuniões e aeroportos são muitas vezes os únicos cenários que levamos de países onde vamos em trabalho.
Eu temia sair desta experiência sem ver esse lugar mítico para os portugueses. Quando me deparei com este grupo e apesar de todo o trabalho que me deram, acabei por ter a sorte de ir até lá. Uni-me a eles e expliquei por A+B porque não fazia sentido negar esse pedido a este grupo, sendo eles os convidados que a empresa tanto queria agradar. E após tantos esforços e reuniões consegui. 
No dia da visita acordamos às 03h, visitamos o Cabo, voltamos à cidade para o jogo de futebol e quase 24 horas depois fomos dormir. O cansaço era extremo, mas a felicidade deles e minha compensou tudo!

                                      Cabo da Boa Esperança :)


Os romenos liderados por um italiano foram o desafio final da aventura em terras africanas! 10 homens que procuravam apenas curtir muito, muito, muito. Super bem dispostos, mas muito fugitivos e sempre a tentar fazer o que não podiam! Mas o modo descontraído com que lidavam com tudo acabava sempre por me dar a volta! Este grupo queria fazer um safari, que não estava incluído no pacote que tinham adquirido. 
O chefe veio ter comigo e pediu-me para conseguir um safari, não fazia sentido virem de tão longe e provavelmente nunca mais cá voltarem e não fazerem um safari. O problema estava na falta de disponibilidade de meios para irem ao safari. Estavamos nos últimos dias do Mundial, véspera da Final, milhares de pessoas em Jo'burg, ou seja, não havia autocarros, motoristas e vagas em safaris.
O chefe tal como os chineses perguntava todos os segundos se eu já tinha conseguido a vaga, e terminava as frases sempre assim "dai Cátia, dai, you can do it, I know you can". Eu já só ria assim que o via a caminhar para mim.
Mas também consegui! E mais uma vez, eu e eles podemos carregar nas nossas vidas imagens como a de baixo:

                                      rinoceronte branco

Este tipo de trabalho faz-me regressar a casa com quilos a menos e com uma necessidade extrema de dormir, mas após o descanso, quando vejo as fotos, acalmo e penso na sorte que tive e todas as energias voltam com mais vontade de novos trabalhos. 
O mundo é uma casa tão bonita.

segunda-feira, 4 de fevereiro de 2013

Os cadeados do amor chegam a Lisboa


Quem já visitou Paris nos últimos anos reparou certamente nos cadeados colocados em algumas das pontes sobre o Sena. 
São cadeados de amor! De forma a selar o amor entre um casal, entre pais e filhos ou mesmo entre amigos as pessoas colocam um cadeado na ponte e atiram a chave ao rio (ou numa versão menos poluente, guardam-na consigo) para selar para todo o sempre esse amor.
Este fenónemo tem origem num romance do escritor italiano Federico Moccia, onde as personagens principais colocaram um cadeado na Ponte Milvio em Roma e atiraram a chave às águas do rio Tibre.
Em Paris, o ritual começou em 2008 na Pont des Arts e com o passar dos anos "invadiu" tantas outras pontes. É maravilhoso e curioso reparar no tamanho dos cadeados, nos detalhes de alguns, nas diferenciações, nos escritos. E praticamente torna-se impossível não deixar lá um!
Actualmente o "movimento dos cadeados do amor" espalha-se pelo mundo. Já há registos em pontes em Marrakesh e Shangai e agora ... Lisboa!
Estava a meio de uma visita de Lisboa, no Miradouro das Portas do Sol, a explicar a vista sobre Alfama quando reparo nuns tímidos 3 ou 4 cadeados perto de mim. Lembrei-me imediatamente de Paris! Percorri o resto do corrimão e não é que havia mais?
Não são muitos, mas confesso que agradou-me muito a ideia dos cadeados do amor em Lisboa. Tendo em conta que não temos pontes como Roma ou Paris, adorei a ideia de colocarmos nos ferros forjados dos nossos miradouros.
No vosso próximo passeio vão até lá. E já que estamos no mês dos namorados, podem sempre ir selar o vosso amor sobre o charme de Lisboa!

Em Paris está assim!

E em Lisboa ficará igual?





sexta-feira, 1 de fevereiro de 2013

A sonoridade do português

"O ó que ela surpreendentemente pronunciara como um u, a claridade crescente e estranhamente abafada do ê e o suave  che final soaram-lhe como uma melodia que aos seus ouvidos perdurou muito mais tempo do que na realidade e que ele simplesmente gostaria de ter escutado durante todo o resto do dia"

é assim que descrita a sonoridade do português no livro "Comboio Nocturno para Lisboa" por Pascal Mercier.