quarta-feira, 29 de abril de 2015

Um simples transfer

Este seria um dia simples e mais descansado, para contrastar com as últimas semanas, pensava eu.
O plano era chegar ao aeroporto, esperar o grupo e levá-lo a Cascais.

A realidade foi:

Cheguei ao aeroporto, o vôo aterrou, mas o grupo tinha de passar pela alfândega. Como tem vindo a ser hábito no aeroporto de Lisboa, nas horas em que chegam 3 ou 4 vôos que têm de passar pela alfândega, apenas duas pessoas dessa área estavam a trabalhar.
A última pessoa do grupo chegou perto de mim quase duas horas depois do vôo ter aterrado!

Para complicar ainda um pouquinho mais, a equipa de hóquei do Sporting estava a chegar e os fãs que queriam celebrar também!
Aos poucos o aeroporto foi-se tornando uma mancha verde, com bandeiras no ar, cânticos, gritos, polícia, corredores a serem cortados e eu, com 1,57m a tentar abanar um cartaz e encontrar 32 pessoas!

Conseguimos, três horas depois, conseguimos!
Ai, como um simples transfer se transforma em mais uma aventura!





sexta-feira, 24 de abril de 2015

Uma honra

Sou apaixonada pelo mundo das Artes, acima de tudo Escultura, Fotografia e Arquitectura.
Sou apaixonada por Museus, museus que o sabem ser.
Ao longo dos anos, primeiro na Faculdade, depois na audiência de conferências e visitas especializadas fui ficando cada vez mais apaixonada pela Arte Moderna e Contemporânea. Sou o exemplo vivo de que entender a Arte Contemporânea leva tempo, leva estudo, mas é possível, e mais que isso, torna-se um vício.

Há uns dias tive o privilégio de ter um grupo dedicado exclusivamente ao Mundo da Arte Contemporânea. Entre as pessoas do grupo estava este casal:


Quem são? Lois and Richard Rosenthal, fundadores do Centro Rosenthal para a Arte Contemporânea em Cincinnati, Ohio com um edifício construído pela Zaha Hadid!

http://contemporaryartscenter.org/about/the-rosenthal-center

Foram dias de puro deleite e Lisboa e Portugal podem ficar com a certeza que eles adoraram tudo o que ficaram a conhecer e que muitas novidades estarão a caminho!

segunda-feira, 20 de abril de 2015

Quando parece que caminhamos com amigos

Estava a caminho do segundo tour do dia, sob o sol quente. O segundo tour a pé por Lisboa.
Sentia-me um pouco cansada e estava desejosa que o casal que me aguardava quisesse fazer tudo de táxi, mesmo sabendo que seria impossível tal coisa vir a acontecer!
Mal sabia que o tour seria tão, mas tão agradável e que toda essa sensação de cansaço iria desaparecer em minutos.

A primeira surpresa foi o hotel. Ainda não tinha entrado no Britania. Adorei, Lisboa nos anos 1940, o charme da Arte Déco. Entrei e senti-me a viajar no tempo. Vi a passar na minha frente a sociedade lisboeta de outros tempos, a sala dos jogos, o barbeiro, o elevador, o charme que aquelas paredes emanam.

A segunda surpresa foi o casal, desde o primeiro minuto, os sorrisos, a boa disposição, a gentileza foi notável. Pediram para conhecer os cantos mais sossegados da cidade, aquelas ruas por onde só os lisboetas passam, um ou outro segredo. Não queriam mesmo andar no meio dos turistas.
Depois pediram-me para que a visita fosse calma, sem pressa, sem pensar que tinhamos algum programa ou tempo para cumprir, que o que desse para fazer, faziamos, o que não desse, eles fariam depois sozinhos. Explicaram-me que um dos senhores já não tinha um pulmão.

E assim foi. 
Apaixonados por Portugal, já conheciam o Norte, voltaram para conhecer o Sul, mas não podiam não voltar a visitar Lisboa.
Conforme íamos caminhando e falando foi-se criando uma empatia bem grande. Em poucos minutos percebemos que tinhamos gostos semelhantes e uma forma de encarar a vida tão parecida.
Trocamos ideias, filmes, músicas, experiências de vida e até política. Tudo como se nos conhecessemos há tanto tempo.
No passo certo, passamos pelos locais certos. Acertei e isso deixa-me tão feliz.
Caminhamos por aquela colina que ainda é mais esquecida. Sentir Lisboa onde ela ainda sussurra e eles levaram para a Suíça uns pequenos tesouros lisboetas.

No final, foi difícil dizer adeus.
Talvez seja um até já!

E vocês... vão espreitar o Britania!



sexta-feira, 17 de abril de 2015

Surpresas

Quando um grupo está connosco por vários dias, no final, na hora da despedida, por vezes, para mostrar que vão felizes, eles juntam-se e dão-nos uma prendinha.

Já num grupo em que os clientes não se conhecem e que estão connosco por apenas umas horas, acaba por ser mais raro.

Qual não foi o meu espanto, quando ontem, após a visita de Lisboa, Arrábida e Azeitão, um casal aproxima-se e oferece-me "isto":


Obrigada!

quarta-feira, 15 de abril de 2015

Nuno Gageiro

Nuno Gageiro captou a alma de Portugal, do ser humano, da vivência, como tão poucos fotógrafos o sabem fazer.

Tenho a certeza que se tivesse nascido em França, estaríamos todos a estudá-lo na escola e a ver exposições suas pelo mundo fora.

Espantem-se, deixo-vos o programa sobre ele que passou na RTP2:

http://www.rtp.pt/programa/tv/p30986/e2




O registo fica na memória

Não tirei uma única foto, mas para sempre este grupo ficará na minha memória.
Nove pessoas todas interessadas, curiosas, simpáticas, bem dispostas e verdadeiramente felizes e apreciadores do tour que a companhia onde trabalham lhes estava a oferecer.
Visitamos o Palácio da Pena e a Quinta da Regaleira e eles amaram. Principalmente a Regaleira.
No fim, os olhos brilhavam, os comentários não paravam e os agradecimentos foram tantos.

São pessoas assim, grupos assim que me fazem feliz. Hoje foi mesmo daquele dias em que não trabalhei, porque tudo isto foi um prazer.

Fez-me tão bem. Obrigada a vocês, nove (igual ao número mágico da Regaleira, tal como eles me chamaram a atenção), as vossas palavras, a vossa alegria, a vossa companhia ficará gravada em mim.


quarta-feira, 8 de abril de 2015

Mundos no mundo

A minha Sexta-feira Santa foi passada com um casal vindo do Qatar.
Jovens pertencentes a uma realidade e cultura muito diferente da nossa.
Começaram logo por contar-me as suas profissões, os seus ordenados (sem eu perceber bem porque é que me davam tal informação), os empregados que têm em casa e a vida luxuosa que levam! A primeira coisa que queriam fazer era comprar o stick gopro e um iphone6 já que tinham perdido os seus. Primeira pergunta: "aqui podemos regatear não é?". Não... não podemos.
Após a tarefa cumprida fomos conhecer Lisboa a pé. Ao fim de 30 minutos, ela não queria mais andar, não queria estar nos sítios onde havia filas de turistas para entrar, não queria estar sob o calor, queria apenas o pastel de nata. Eu ter-me-ía sentado de bom grado num café durante o tempo todo da visita, mas o marido pensava de modo diferente.
Ele só queria andar e ver sítios onde houvesse salas com armas e espadas, mas ao mesmo tempo não queria visitar interiores, queria estar na rua já que o tempo estava bom! Oh contradição ao quanto obrigas!
Pediram para ver igrejas, para entenderem melhor a nossa diferença de religião. Detestaram a Igreja de São Domingos (onde já se viu uma igreja ser tão pobre, disseram) e adoraram o Mosteiro dos Jerónimos. Ao depararem-se com a imagem da Nossa Senhora de Fátima vieram as dúvidas.
Como é que ela poderia ser Fátima? Se Fátima é um nome muçulmano, se Fátima era a mulher do Profeta?
Eu tentei, juro-vos que tentei, expliquei e expliquei, mas ele na ânsia de querer mostrar que havia algo de errado no que eu estava a dizer, nem ouvia as explicações até ao final. Interrompia, não me ouvia, senti-me como um professor perante um aluno que não quer saber.
Tenho a certeza que não assimilou nada do que eu disse e que irá pesquisar na internet por teimosia!
O tópico cremação também foi falado. Ele é totalmente contra a cremação, mas eu quis explicar-lhe que actualmente cada vez mais pessoas optam por isso, ao que rematou bruscamente "lá por eles fazerem eu não tenho de gostar". Respirei e respondi, "não lhe disse que tinha de gostar, estou a demonstrar-lhe como são comportamentos num país diferente do seu, nada mais".
Para terminar com a cereja no topo do bolo dum comportamento que a cada minuto que passava se tornava mais altivo e mais de gozo para com tudo o que observavam, em vez de me pedirem se eu me importava em tirar-lhes fotos juntos, estendiam-me a máquina para a mão sem nada dizer e colocavam-se em posição. À quarta vez fingi que não percebia o que queriam!
Terminada a visita, respirei.
Quando me deparo com pessoas assim penso sempre na diversidade do mundo e no caminho longo que há para fazer, para que todos percebam que nós somos iguais e que deveríamos ser mais tolerantes e respeitadores.

Foi um dia difícil, confesso.




segunda-feira, 6 de abril de 2015

Fit, super fit

Foram oito horas sem parar, e quando digo sem parar, é mesmo sem parar.
Realizei duas visitas de Lisboa com eléctrico em oito horas. Este tour em específico tem muito pouco de tempo livre, para que o cliente aproveite o máximo possível. É um tour indicado para quem quer conhecer a cidade, mais do que fazer compras ou sentar numa esplanada.
Assim eu, mais do que eles, não parei para nada (porque quando eles têm um pouco de tempo livre eu estou a preparar o resto do tour que falta). Não tive tempo para almoçar e nem fui à casa de banho!

O primeiro grupo teve azar, um autocarro avariou mesmo em cima da linha do eléctrico e impediu a continuação do percurso. Ainda aguardamos, mas o reboque demorava (vim a saber mais tarde que levou duas horas e meia para resolver o problema), assim, saímos do eléctrico e tive que alterar o programa, mas tentando ser o mais fiel possível à ideia inicial. Não foi fácil satisfazer, o ponto principal falhou e os alemães ficam mesmo muito chateados com isso. Mesmo que tudo o resto tenha sido impecável, mesmo tendo percebido que Guia e Motorista fizeram de tudo para os compensar, eles ficaram muito sérios e menos receptivos. O casal mais bem disposto e que me dizia que tudo aquilo tinha sido uma aventura lisboeta e que temos de vencer o precalço, era... da Polónia!

Já o segundo grupo sorriu o tempo todo, aproveitou, riu e ajudou-me a recuperar a boa energia. Beberam o porto, tiraram as fotos, queriam mais pastéis e adoravam o sol!

No final do dia, sob 30ºC eu só pensava em mar, em comida e em esticar as pernas!
A minha profissão substitui mesmo o ginásio!

Aqui ficam os números da "sorte"