segunda-feira, 31 de março de 2014

Beauty

Após um Inverno longo, o sol brindou-nos por uns dias. 
Num desses dias tive a sorte de ir com um grupo visitar a Quinta da Regaleira. Local que tanto adoro.
O grupo era muito interessado, simpático e bem disposto. Descobriram este lugar mágico como se fossem uns verdadeiros iniciados. Após a descida do poço, de caminhar pelas pedras na água, os olhos deles brilhavam de felicidade.
Só ouvia frases como "que experiência única", "tenho que contar isto lá em casa", "isto é fabuloso"!
No fim, foram ainda presenteados com a mais bela mesa de prova de queijos e vinho de Colares! Debaixo do pórtico, com vista para a Serra de Sintra e seus palácios, com uma decoração pensada ao pormenor, não poderiam sentir-se mais sortudos!
Eu senti, e até já presenciei "estas coisas" umas tantas vezes!
Aqui tinhamos o Miguel, especialista no vinho de Colares, a contar-lhes como se produz este vinho tão único!
Espero que 2014 traga muitos mais momentos assim!



Pequena aflição

Imaginem estar já em plena Avenida da Liberdade e o vosso destino ser a Praça do Comércio.
Não há trânsito.
Estão num autocarro de 49 lugares, com pessoas de várias nacionalidades, incluindo portugueses.
Recebem um telefonema...
É a agência a pedir para demorarem mais 15 minutos até ao vosso destino!
15 minutos!


segunda-feira, 24 de março de 2014

As portas fechadas de Lisboa

As portas fechadas de Lisboa escondem segredos maravilhosos!
Esta profissão permite-me conhecer locais que de outro modo não poderia. Palácios, palacetes, cantos e recantos que muitas famílias não podendo manter como casa privada (visto serem espaços que exigem um gasto económico gigantesco para os manter em bom estado), decidem alugar para eventos.
Espaços perfeitos para cocktails, para jantares de gala, para maravilhar e presentear quem tem a sorte de poder lá passar umas horas.

Um desses espaço é o Palácio de São Vicente de Fora.
Sabem aquela casa branca, mesmo do lado esquerdo do Mosteiro de São Vicente? Que tem uma porta verde?
Pois é, por detrás daquela porta encontra-se isto:







Só não consegui fotografar o jardim, parte essencial da casa. Enorme como não se pode imaginar visto do lado de fora!
Quem sabe um dia os lisboetas o possam ver!

quinta-feira, 20 de março de 2014

Momentos que não se esquecem

Há uns dias, em conversa com uma tour leader, cheguei à conclusão que as questões da vida de um Guia-Intérprete são iguais, aqui ou no outro lado do mundo. Isso fez-me pensar que realmente o ser humano é tão igual. Apesar de tantas vezes clamarmos as diferenças de povos, raças, nacionalidades e sei lá mais o quê, no fundo, somos todos iguais.
Em relação ao papel do Guia, achei muito bonito quando ela o descreveu assim:
"we make dreams come true"!
É um pouco verdade. Férias são sonhos, são momentos de descanso, de descoberta, de prazer, de vontades realizadas e por vezes vontade que exigiram algum sacrifício ao longo de todo um ano!

O momento em que vemos o sorriso no rosto das pessoas, em que vemos toda uma linguagem corporal que expande alegria, é o sinal de que a missão foi cumprida! Melhor ainda é, aquele momento em que os turistas encontram  "jeito" para nos dizerem directamente que estão felizes e que vão felizes para casa!

Há uns dias, num grupo de 160 pessoas, daqueles incentivos em que os participantes ganharam a viagem, em que têm inúmeras actividades e que a ligação com o guia acaba por ser muitas vezes curta, fiquei muito feliz quando um senhor, no meio de um espectáculo nos jardins de Queluz, perde uns minutos dessa noite linda para me procurar e dizer que adorou o tour que fez comigo! Que aprendeu imenso e que levará para sempre a descoberta de Sintra com ele! Foi tão inesperado que quase fiquei de lágrimas nos olhos.

Há uns anos, ao terminar um circuito com austríacos, já após o check-in para o vôo de regresso do grupo a casa, no momento da derradeira despedida, os 40 velhotes fazem um círculo à minha volta, e em pleno aeroporto do Porto aplaudem em agradecimento!
Eu nem sabia o que fazer, num misto de vergonha e de extrema felicidade, tinha a pele arrepiada. Depois do aplauso, vieram os abraços e beijos e as lágrimas com desejos de boa vida!

Estes momentos são... eternos.

E o bicho Homem deveria saber descomplicar e simplesmente viver.


quarta-feira, 12 de março de 2014

Carrinho de bébé

O walking tour de hoje teve direito a um extra, um carrinho de bébé.
Quando vejo o casal muito feliz e um carrinho com uma bébé de 13 meses pensei: "Ai e agora?". Isto, porque a maioria dos alemães crê que a cidade é plana e que os transportes públicos, incluindo o eléctrico 28, estão preparadíssimos para estes novos mega carrinhos de bébé.
Começamos então as conversações e lá decidimos tentar, o que fosse possível estaria óptimo para eles! Fiquei tão feliz por serem tão flexíveis.

Tentei ao máximo ir por sítios planos, percorremos a baixa, chegamos ao Rossio, paramos nos Restauradores, voltamos para trás porque achei que seria possível com os elevadores do castelo chegar a um dos miradouros! E realmente foi. Apesar de em certos pontos subirmos a colina, conseguiamos fazê-lo sem escadas. Ainda assim, e por perceber que era um casal novo com interesse pelas artes urbanas, em certos pontos da cidade que só teriam acesso através de escadas, explicava-lhes o que poderiam encontrar e esperava em baixo com a pequena Ema no seu carrinho.
Ema de olhos azuis que atraía a atenção de todos!

A pequena bébé aguentou estoicamente dentro do seu carrinho durante duas horas, claro que depois deu sinais de querer descobrir o mundo por si, já que no outro dia dera 2 passos sózinha - contaram os país felizes!
Criança fora do carrinho significou, pais a andarem de um lado para o outro, choro, sede, fome, protecção solar ou casaquinho (porque tanto apanhavamos sol como vento) e a mãe começou a dar sinal de cansaço.
Lembrei-me então de como os alemães têm receio de pedir para terminar um tour mais cedo. Lembrei-me, que no início do tour os pais referiram que quando souberam que o tour era de 4 horas ficaram indecisos porque não sabiam se a bébé iria aguentar.
Os alemães sentem que se não nos deixam terminar um tour no prazo estipulado é porque estão a dizer-nos que não estamos a fazer um bom serviço.
Ora eu, um pouco com receio de poder ser mal interpretada e parecer que não queria fazer as 4 horas, arrisquei e perguntei se quereriam sentar um pouco para aproveitar o sol e beber um café e brincar com a Ema. Se depois achassem que já era tempo demais, eu não me sentiria minimamente ofendida e poderiamos fazer o caminho de regresso para o apartamento deles.
Os olhos da mãe brilharam, agradecida, dizendo que a criança já teria provavelmente sono e que se tinha aguentado tão bem até àquele momento, aceitou o intervalo!

Nos meus pensamentos só me ocorria, a diferença de nacionalidades. Qualquer latino teria já pedido para descansar ou parar ou voltar! O nórdico teme a ofensa!

Após um café cheio de sol, descemos por Alfama (sim, aí sim descemos as escadas todas), e a Ema acabou por adormecer no carrinho. Os pais felizes terminaram o tour e abasteceram-se no mercado da Ribeira.

Para primeiras férias com bébé acho que toda a família portou-se muito bem! E a guia também, eh eh






quarta-feira, 5 de março de 2014

Torre de Babel

A expressão deste senhor foi impossível não fotografar.
O grupo realizava um peddy paper pela cidade de Lisboa, tendo que executar tarefas práticas e responder a perguntas, cujas respostas (caso não soubessem) poderiam obter através de ajuda dos "locais".
Não sabendo uma das respostas, olharam em volta e decidiram abordar o velhote sentado no banco da Praça Camões. A escolha não podia ter sido melhor!
O senhor não percebia nada de inglês, o americano insistia e mostrava-lhe a pergunta, o volume das vozes aumentava na esperança de que falando mais alto passassem de repente a falar a língua um do outro! E depois começou a línguagem gestual!
Foi uma risada! Claro, que quando o americano tentou ir embora, o velhote queria prendê-lo ali o resto da manhã!
O amigo ria e ria e ria!

Há coisas deliciosas!