sábado, 28 de junho de 2014

Cada nacionalidade com o seu interesse

Tive o prazer de partilhar uma visita de Lisboa com a colega e amiga Cláudia Brandão.
A nossa visita consistia em partilhar o autocarro por uns breves minutos do cais até ao centro da cidade e depois no regresso da cidade para o cais. As horas entre a partida e a chegada, foram pois preenchidas por um passeio a pé por Lisboa. A Cláudia acompanhava o grupo italiano e eu o grupo alemão.
Quando nos encontramos após a visita, para regressarmos ao navio, a Cláudia perguntou-me logo como tinha sido, se eram simpáticos e se tinha corrido tudo bem.
Disse-lhe que sim, mas que tinham sido o típico alemão de querer saber em 3 horas todo o sistema legislativo, económico e social do país e ainda a história de Lisboa.
A Cláudia, que está grávida, riu e disse-me: "pois os meus passaram as 3 horas a perguntar-me de quanto tempo estou e se será um menino ou uma menina!"

Eu sei que não devemos generalizar, mas, após este "confronto", não resisti não partilhar convosco!


terça-feira, 24 de junho de 2014

sexta-feira, 20 de junho de 2014

História da Andreia Nunes - The perks of being a 25 year old tour guide

Walking tours com 2, 3 pessoas, são serviços bastante peculiares.
É dos serviços que mais gosto de fazer, pela proximidade que conseguimos ter com os clientes. 
Um tour, de um momento para o outro, parece mais um passeio entre amigos, e, como as conversas são como as cerejas, quando damos conta estão a perguntar-nos onde vivemos, se somos casados, se já fomos a este ou aquele país ou cidade, etc. Por sua vez, ficamos a saber alguns factos da vida dos nossos clientes - mais do que o habitual num tour com 50 pax - onde vivem, os filhos que têm, o que fazem, e por aí.
Muitos destes clientes, que por norma são casais, admiram-se quando encontram uma guia da minha idade. Por vezes, quase que criamos novas amizades. Para alguns, sou como uma neta, para outros, como uma filha...
Qual não é o meu espanto, quando começam a mostrar-me fotos dos seus filhos/netos, solteiros, e a dizerem que "dava uma boa nora, seria um bom partido para o filho/neto porque assim e assado"!
Pois... são uns verdadeiros casamenteiros! Nem precisamos do Santo António!
Um dia destes, ainda emigro... ;)


quinta-feira, 19 de junho de 2014

Família Real Inglesa

E na noite passada, a família Real Inglesa veio até Queluz!


Noites de trabalho divertidas!

quarta-feira, 18 de junho de 2014

Não, não leio...

Já há algum tempo que não ouvia a pergunta:
 "Tu sabes isso tudo de cabeça? Não lês? Mesmo? Parabéns!!"

domingo, 15 de junho de 2014

Alegria no trabalho

Porque o Guia não é aquela pessoa secante, que aponta à direita e à esquerda e não diz nada de interessante... mas sim a pessoa que alia o saber ao amor, porque estudou e porque é de Portugal.
Porque trabalhar a par é muito fácil e prazeroso se a pessoa que está ao nosso lado nos respeita e entende, em vez de querer suplantar...


Alegria no trabalho.

quarta-feira, 11 de junho de 2014

Parecia a minha avó

Saí para um walking tour por Lisboa. Esperavam-me duas senhoras parisienses, uma delas com a idade das minhas avós quando faleceram.
A roupa que usava era tão semelhante à que elas usavam no seu dia a dia, o penteado também e a vontade de contar histórias ainda mais.
Conforme avançamos pela cidade, a senhora mais velha foi contando porque queria vir a Lisboa: toda a vida conheceu portugueses em Paris, ouvia a Amália, viu o filme Os Amantes do Tejo, queria ver pelos seus olhos a cidade de que tanto falavam.
Decidi surpreende-la e fiz o tour de Lisboa à volta da história da Amália. Quando mostrei o pátio da casinha onde Amália nasceu, a senhora ficou sem palavras.
A partir desse momento, agarrava-me o braço, como uma das minhas avó fazia, contava histórias baixinho, interrompia, perdia-se a olhar o céu, os edifícios, fazia perguntas, cantava fados até!
Adorei, muito.

Pediu-me o meu email... o email (tal como a outra avó que sabia lidar com as tecnologias), para me enviar as fotos e marcar outra visita comigo, quando voltasse.

Espero que volte.



Paixão pelo que se faz!

Eu adoro a minha profissão, de tal modo que por vezes nem a vejo como profissão, mas como extensão do que sou. 
No entanto, este último mês e meio foi bem puxado e o cansaço por vezes ganha terreno.
Senti-me mais normal, quando, ao longo destes últimos dias, encontrei colegas que me disseram estar a precisar de dormir uma semana, tal qual como eu. Que me disseram, que mal chegam a casa, nem sabem como adormecem e que as contas estão todas por fazer.
Neste momento não sei quando é fim de semana, feriado, ou dia "normal". Trabalha-se dia, noite, com as horas mais trocadas possíveis. Vê-se pouco as "nossas pessoas". Até sinto saudade, já.

Mas há dois dias, ao chegar o final de um tour de Sintra, o cansaço começava a querer acusar-se, quando um senhor me disse:
"I want to congratulate you. You are so passionate about your country, your cities, your story! It's wonderful to hear you and so rare to find someone so passionate like you!"
Como as emoções estão à flor da pele, quase chorei. Nem consegui agradecer de jeito!
Mas fiquei logo com energia e só pensava para mim: "eu gosto mesmo disto!"

Obrigada.

quinta-feira, 5 de junho de 2014

Champions League - bastidores

Maio é já por si, o mês de maior volume de trabalho em turismo. O tempo é agradável, os preços ainda não são os da época alta e muitos grupos chegam a Portugal para visitar. Juntar este turismo que cresce a olhos vistos à Champions League, fez-nos desejar que todos tívessemos um clone, ou vários até! Todos os dias recebia telefonemas para trabalhar em 4 sítios diferentes!
Aproximando-se a data, a cidade de Lisboa e seus arredores foram ficando cada vez mais agitados e  milhares de pessoas trabalharam nos bastidores, nas mais diversas áreas.
Vieram motoristas do país inteiro para Lisboa, o aeroporto não fechou, estudantes na área de turismo tiveram a oportunidade de trabalhar, etc, etc, etc

A minha função foi ficar responsável de tudo que se iria passar num hotel, para um dos grupos convidados a passar uns dias em Lisboa com direito a ver o Jogo.
A preparação começou 3 dias antes (a minha, porque antes disso, já dezenas de pessoas trabalhavam no projecto) e o programa durou mais 3 dias. Ao todo, tivemos cerca de 250 convidados, mais uns 100 de staff. Foi o rodopio. Para que o programa corresse "smooth" para os clientes, todos nós trabalhamos horas e horas a fio. Desde distribuição de quartos de acordo com os pedidos especiais (há quem queira quarto com vista, há quem queira o quarto do canto, há quem queira o primeiro andar...), a refeições especiais, reservas de tours, jantares, até preparação de cocktails de boas-vindas, jantares de gala e discotecas, entregas de prendas nos quartos, e claro, quando os clientes chegaram, a todas as situações extras que surgem: comprar botões de punho que se esqueceram nos EUA, trocar tours porque afinal os amigos não marcaram o mesmo que eles, trocar vôos porque imprevistos acontecem, tentar adivinhar pedidos de pessoas que não falam nenhuma língua que seja comum entre os interlocutores,...

A equipa é unida, a vontade para que tudo seja um sucesso é muita, as horas de sono são poucas, em pequenos momentos o cansaço vence e ficamos mais rezingões, mas rapidamente o apoio de um colega coloca-nos no caminho certo de novo.

Eu não vi o Jogo, eu não vi uma única imagem do Estádio, das Equipas, da Celebração. Pois é, por vezes é assim, quem trabalha nestes eventos, muitas vezes não os vê!

Mas os agradecimentos na hora da despedida, os parabéns pela organização, valem tudo!

Aqui ficam umas poucas imagens do que foi o meu mundo nesses dias:

 Com as algumas das queridas colegas, hotel managers de outros hotéis, ainda no dia da preparação

A "farda"!

Tudo a ser preparado para as chegadas dos convidados.

 Aqui a passadeira era azul!

 Os dias começavam às 07h30 e terminavam às 02h00!

Obrigada às meninas que trabalharam mais directamente comigo, saber que posso contar convosco é sempre um descanso. 
Obrigada à família e amigos que mal me têm visto, mas que continuam a gostar de mim ;)
Gostaria de ter um álbum com todas as pessoas envolvidas no projecto, mas... numa próxima! 
Parabéns a todos, especialmente a quem trabalhou nisto durante 8 meses, espero que estejam orgulhosas:


Que venham mais desafios como este!



segunda-feira, 2 de junho de 2014

Tudo está bem, quando acaba bem!

Grupos difíceis são aqueles em que a maioria das pessoas está mal disposta com a vida. Conseguir fazer com que tais pessoas acalmem as zangas com a vida, relaxem e passem a apreciar os dias, suga muita energia, mas no fim, quando nos agradecem com sorrisos, penso sempre que valeu a pena.
Já há algum tempo que não tinha um grupo tão difícil, até entre eles discutiam, ora por causa dos lugares, do ar condicionado, de temas actuais (quando falamos da crise económica actual parecia que estava a assistir a um debate no Parlamento), ora por haver sol ou frio, por se parar aqui ou acoli, por esperar por alguém com mais dificuldades ou haver demasiado turistas num monumento!! Enfim, uma parte do grupo, tentava em tudo, encontrar um problema em vez de sorrir por estar a passear e conhecer algo novo.
Quando me deparo com pessoas assim, tento sempre pensar que a vida foi difícil para essas pessoas, e que por isso, são elas assim.
O segredo para não nos afectarmos por tais vibrações é paciência, muita paciência, o que ao mesmo tempo nos retira uma energia gigante. Mas com essa paciência, com as respostas certas em todos os momentos, sempre sorrindo (a arma que destrói uma má disposição!), essas pessoas vão perdendo a fúria e para o final, começam a agradecer, começam a acalmar, começam a não interferir por birra!
E no último dia, quando todos agradecem e dizem que Portugal é bonito, que mostrei-lhe o país com paixão, que estão estupefactos porque nunca li nada, ao contrário dos Guias nos outros países, porque estive sempre com um sorriso, e até dão beijinhos (gesto difícil num alemão), esqueço os momentos de "tortura" e fico mesmo emocionada.
A metade boa, era realmente boa! E há pessoas que não irei esquecer! Porque mais vale recordar o bom que o mau, aqui ficam boas memórias em fotografia!

 Este era o senhor que queria sempre ajudar, levava o board, chamava o grupo, mandava calar os barulhentos, e dizia-me para não ligar quando chegavam as "queixinhas"! "Fui professor, parece que estou na escola de novo!", disse-me! O que me ri!


Este outro senhor era a simpatia em pessoa, a boa disposição, sempre interessado, atento e cheio de conselhos de vida para dar. Sempre a dizer-me que tinhamos tempo e que não ouvisse "o que os chatos diziam sozinhos, porque a Vida é demasiado curta para tanta preocupação. E se chegamos a esta idade com energia para passear, porque nos chateiam eles?".