segunda-feira, 29 de dezembro de 2014

O nosso Portugal

Uma das riquezas e unicidades de Portugal é a sua diversidade. Num rectângulo tão pequenino temos uma geografia tão diversificada: da montanha às planícies, da neve aos 40ºC. As tradições passam da vida do campo até ao mar e das gentes... por onde começar?

Vamos mostrar o nosso Portugal? Principalmente aqueles cantinhos que são tão pouco falados?

Hoje deixo-vos Portas de Ródão, fotografado pela Patrícia Moreira.


"Onde o Tejo é mais magrinho", diz-nos Patrícia :)

obrigada pela tua partilha!

Os gatos não têm vertigens


Gostei dos actores principais, gostei dos temas que o filme toca, gostei do toque de esperança  e gostei muito deste fado. 
Quando os pais perceberem que só devem amar os filhos e dar-lhes prioridade, o mundo será um lugar melhor. Quando as pessoas perceberem que precisamos umas das outras apenas porque somos iguais, o mundo será um lugar melhor. E pergunto-me quão grande será o choque que as pessoas entre os 30 e os 50 vão ter quando se depararem com "o lar". Será que os 50 são os novos 40? E os 40 os novos 30? E os 30 os novos 20?

Salve a lã portuguesa

Sabiam que a lã portuguesa é considerada uma das melhores do mundo? E que, na maior parte dos casos, esta lã acaba queimada porque os criadores de ovelhas não têm destino para lhe dar? O projeto Salva a Lã Portuguesa foi o 2º classificado da última edição do concurso Ideias de Origem Portuguesa e explica aqui as vantagens do aproveitamemento da lã nacional.

Se tem facebook, aceda aos links acima indicados, se não, pesquise na internet e vá até ao canal vimeo.com e procure o filme com o título: Salva a lã portuguesa.




Fernando Guerra

Fernando Guerra foi pioneiro na forma de fotografar e comunicar a arquitectura. Há quinze anos abriu o estúdio FG+SG em colaboração com o seu irmão e juntos são responsáveis por grande parte da difusão da arquitectura contemporânea portuguesa, nos últimos quinze anos.
Fernando Guerra é fotógrafo de arquitectura. A sua formação, porém, é de arquitecto.

Há poucos dias o museu Moma de NYC adquiriu fotos suas do Museu Iberê Camargo projectado por Álvaro Siza.



sexta-feira, 26 de dezembro de 2014

Na aldeia de Miguel Torga

Em Trás-os-Montes na aldeia de Miguel Torga, há casas que vão levando remendos. 
Tal como na vida, os remendos precisam de cor, de esperanças, de vontade. 
Ora espreitem:


                                 http://amo-temilmilhoes.blogspot.pt/2014/12/inspiracao.html


terça-feira, 16 de dezembro de 2014

Comércio tradicional

Não sei se o comércio tradicional voltará a ser o que um dia foi, mas acredito que não desaparecerá e que haverá sempre quem o estime, cuide e valorize.
Da próxima vez que for às compras, pense que pode valorizar e ajudar um comerciante que não aquela grande empresa cheia de milhões e milhões. Tem tudo a ganhar se assim o fizer: ajuda o mais pequeno, ajuda a cidade, encontra prendas originais e pode ter a certeza que o atendimento é mesmo de outra qualidade, além do mais encontra detalhes, histórias, pormenores que o irão deliciar.
Certamente que já passou por muitos destes sítios, mas, já entrou, já olhou com atenção para eles?

- No Rossio, na actual loja Nova Câmbios encontra ainda o vestígio de uma parede do antigo Hospital de Todos os Santos (anterior ao terremoto de 1755)

- Manteigarias - na Baixa e no Chiado, sabia que antigamente a manteiga era um produto de luxo? Era vendida a vulso, em papel vegetal e que requeria cuidados de saúde enormes. Só nos anos 1960 tornou-se popular

- Drogaria Oriental - 1893, onde encontra ainda os perfumes a peso, produtos nacionais. Hoje nem nos lembramos mais que os perfumes vêm das essências naturais. Aqui encontra os frasquinhos antigos e pode levar a quantidade que desejar. (outra loja semelhante é na rua da Conceição nº85, no vão da escada do prédio)

- Alfaiataria Londres que no 25 de Abril ainda vendeu 4 metros de tafetá

- Velas Loretto - 1789 e continua na mesma família, abriu para fornecer velas de qualidade ao Teatro São Carlos, ou seja, com cera de abelha, pois a maioria era de banha de porco ou outras gorduras, o que deixava um cheiro menos agradável. 

- Tabacaria Matias - digamos que o primórdio das lojas de conveniência. Na fachada temos ainda as lápides que indicam tudo o que se poderia ali comprar, desde revistas a pasta de dentes e cerveja

- Casa Maciel - das raras lojas de latoaria que ainda sobrevivem. A arte da latoaria é arte da folha de Flandres, do estanho, uma invenção de 1400. Imaginem que tudo o que utilizam hoje em dia feito em plástico, outrora era feito desta folha. A loja sobrevive pois direccionou-se para a produção de candeeiros, tochas, decorações para hotéis, solares e palácios, nacionais e estrangeiros

- O Mundo do Livro - o mural é de tirar o fôlego, a simpatia ainda mais, não vou revelar, prefiro que descubram

- Barbearia Campos - com a máquina de espremer toalhas, os candeeiros a gás, o esquentador antigo e as caixas em estanho onde cada cliente frequente guardava o seu pente, tesoura e pincéis da barba (para que não apanhassem piolhos ou tuberculose dos outros clientes). Abria nos dias de espectáculo do Teatro São Carlos, para que os senhores pudessem retocar o penteado antes do espectáculo.

Estes são apenas um pequeníssimo exemplo do que podem encontrar ao passear pela baixa lisboeta e pelo Chiado. Percorram as ruas com atenção e vão reparar que nas esquinas estão lápides que ainda nos indicam o que se vendia ali em tempos idos, como na Rua de São Nicolau, dedicada ao comércio das malas, ou na Madalena, zona das lojas de ortopedia e até mesmo na Praça da Figueira onde vemos duas mãos que se apertam, em sinal de cumprimento e de fecho de negócio.
E já pensou que os edifícios da baixa eram na maioria edifícios de negócios e ateliers? Os andares térreos eram as lojas, o primeiro piso os ateliers (de joalharia, alfaiataria, ...) e o segundo o de habitação do proprietário.
As lojas antigas não tinham montra, daí aquelas estantes largas, como vemos ainda nas farmácias mais antigas. É apenas no final do século XIX que chega de França a ideia da vitrine!

Este é um património a preservar, de chapelarias, a lojas de carimbos, passando pelo hospital das bonecas ou todas as casas de chá e café, e tantos outros estabelecimentos únicos.
Com toda a renovação necessária do centro de Lisboa, espero que os governantes protejam estas casas, pois são parte de cada um de nós.

Vá, percorra, olhe, reanime as memórias e crie novas!

detalhe: alfaiataria, o número da porta está envolto num colarinho 


o Lord e a sua carruagem 

um mural que nos aponta os vários aspectos associados à leitura, desde aquele que lê para quem não sabe, à juventude ávida de aventuras 

a máquina que dá o nome à famosa bica! Pois era da torneira (bica) que saía o café quentinho, bem ali na Brasileira