domingo, 28 de outubro de 2012

Violinos Capela - portugueses a dar som ao mundo

Em 1924 Domingos Capela conserta o violino do músico italiano Nicolino Milano. A perfeição foi tal que nunca mais parou. Desde então nas mãos desta família de Espinho foram construídos centenas de violinos que tocam pelo mundo inteiro. 
Vencedores de vários prémios, não esquecem a simplicidade e beleza desta arte que gostariam que se perpetuasse nas próximas gerações da família.
O atelier está aberto ao público e a visitas escolares. Não percam a oportunidade. Temos uma preciosidade destas em território nacional, aproveitem-na, não pensem que é apenas "lá fora" que se fazem coisas boas.
De Rostropovich a Aníbal Lima, muitos são os músicos que esperam (ou esperaram) o tempo que for necessário para tocarem com um destes instrumentos.
"O segredo está no verniz", diz o luthier António Capela, ora ouçam:


sexta-feira, 26 de outubro de 2012

História de um guia - Peixe santificado

Apesar de não saber a que colega aconteceu esta história não resisto a contar. Espero que o/a colega não se importe que a conte aqui. Quem sabe até lê o post e "reclama" a sua história.
Mas a noite passada a trabalhar com mais colegas, enquanto aguardavamos que o grupo terminasse o seu jantar, recordavamos histórias que nos fazem rir e esta pequena história veio de novo à baila:

Diz uma senhora ao Guia: - Como é que se chama aquele peixe com nome de santo?
Guia - Peixe com nome de santo? Não estou a ver! Tem a certeza?
Srª - Tenho sim, há um peixe com nome de santo.
Uns minutos de silêncio e diz a senhora euforicamente:
- Já lembrei, é a santola!


quarta-feira, 24 de outubro de 2012

Parecenças

Penso que todos os guias já passaram por isto:

 - turistas mais velhinhos que nos dizem "és mesmo igual à minha neta/o"!

O mais engraçado é que quando mostram as fotos dos netos qualquer semelhança é uma ficção!!! E nós somos parecidos com netos loiros, morenos, de olhos verdes ou azuis, com sardas ou sem, de nariz redondo ou pontiagudo.

Creio que são as saudades que os fazem encontrar semelhanças. Na verdade é sempre um gesto de carinho. Gostava de ter exemplos para vocês verem com quem eu sou parecida!

eheheheheh

terça-feira, 23 de outubro de 2012

Em Nome da Terra

"lembro-me de que estavas a fazer malha e continuaste a fazê-la para o destino se ir embora ou tornar-se mais doméstico."

"o que é grande acontece no eterno."

Queria escrever aqui mais e mais partes deste livro magnífico, mas ao tentar escolher pensamentos percebi que as pequenas partes que eu possa escolher não farão jus da sua grandeza, mesmo sendo as partes tão grandes.

Aconselho a lerem. Fala-nos do amor "quero é estar contigo no nada de tudo o que acontecer. Saturar-me da tua presença. E ver-te.", ao porquê do nosso destino "tudo no universo tem um destino que é seu, vós nem sequer sabeis qual é o vosso porque antes de perguntardes já vos albardaram com um outro", à velhice nos asilos onde está "cá imensa gente a repousar / era tudo gente aposentada de ser gente", à doença, à religião "o Cristo socialista", à decisão, à piedade "e houve logo gente à volta para ter pena do que dói aos outros", ao desejo "deixa-me ser só futuro, o presente que espere", ao saber, ao ser pai, ao ser filho, à beleza, às angústias, ao divino, à noite, à lei e aos costumes "o universo não tem razão, o universo é estúpido. Mas há a moral e os costumes e o Estado que os põe em alíneas e parágrafos. Os costumes, que costumes? O costume era atirar ao Taígeto abaixo as crianças com defeitos de fabrico, e casamento com manu que durou imenso tempo até ao sine manu", ao escrever recordando a vida para se preparar para a morte num corpo mutilado.


"olho-te agora na memória legenda"

"mas tinha sempre um riso maior do que a vida"

"e estou farto de me complicar no que é mais simples do que eu"

São palavras como as deste homem que merecem ser lidas.

Vergílio Ferreira, Em Nome da Terra


segunda-feira, 8 de outubro de 2012

Kima

Se nunca provaram, façam-no!

Kima maracujá é uma delícia. Marca portuguesa, açoriana que deveria ser bem mais apreciada do que é.
Em Lisboa sei que pelo menos ali para os lados da Lx Factory conseguem encontrar!


sábado, 6 de outubro de 2012

Personagens - o que faz mil perguntas

Com o passar do tempo reparamos que os grupos, sejam menores ou maiores e sejam de que nacionalidade for, têm sempre personagens comuns (por vezes todas, por vezes só uma ou duas):
- o que faz mil perguntas
- o que faz sempre piadas
- o que sabe mais que todos
- o que chega sempre atrasado
- o que tenta encontrar defeitos
- o zangado com a vida
- o que quer atenção
e tantas outras.

Num dos meus últimos tours tinha uma senhora que constantemente agarrava-me pelo braço, falava alto e sem me deixar terminar frases já interpelava com questões. 
De tal modo interrompia que o próprio grupo já reagia cada vez que ela se aprontava para mais um questão. Eu pedia para que esperasse pelo fim da explicação que iria prontamente responder-lhe tudo o que quisesse, eu sorria continuando a falar na esperança que me deixasse terminar, mas ainda assim ela falava. 

A certa altura na Igreja de S. Roque explicava o culto a Santo António e as tradições da sua festa explicando, entre outras coisas, que antigamente as raparigas escreviam a Santo António a pedir para encontrarem um bom marido. 
Após a explicação passei para a capela de S. João Baptista não parando numa outra capela que fica entre a de Santo António e S. João Baptista.
Ainda o grupo se organizava para ouvir a explicação, já ela me dizia: 
"-Cátia e quem é aquela senhora no caixão de vidro nesta outra capela?"
Antes que eu pudesse dizer algo, uma outra senhora do grupo respondeu-lhe prontamente com aquele ar sarcástico dos alemães:
"-Porquê? Quer escrever-lhe uma carta?"
(fiquei logo com vontade de rir)

Mas a primeira sem medo responde-lhe:
"-Não, parece-me ser tarde demais."

Que vontade que eu tinha de rir!



quinta-feira, 4 de outubro de 2012

História da Ana Rita Vale - Frango é o quê?

Certa vez trabalhei a par num grupo de brasileiros com a Ana Rita Vale.
Estavamos num dos jantares do grupo quando um senhor dirige-se à Ana e pergunta-lhe:
"Frango é carne?"
Eu fiquei perplexa e a Ana com toda a paciência do mundo e com o ar mais calmo e compreensivo respondeu ao senhor que sim.
Ele comentou em seguida que era algo estranho para eles, que já no avião a hospedeira tinha-lhe perguntado se ele queria carne ou peixe e que ele escolhera carne, mas que quando levantou o metal que resguarda o prato vira frango e não percebera.
A Ana delicadamente explica-lhe que carne é vaca, porco, perú, pato, frango e todos esses animais e depois realmente temos o peixe.
Ele agradeceu, mas confesso que sentimos que não foi muito convencido.

Mas não é que nos últimos 3 grupos de brasileiros todos perguntavam às refeições se seria carne ou frango?