sexta-feira, 23 de agosto de 2013

Filas

Nunca percebi porque é que a maioria dos povos não sabe o que é uma fila e muito menos a respeita.
Creio que, com excepção dos portugueses, poucos são os que entendem este conceito!
Até trabalhar em turismo e porque se publicita tanto a organização e respeito dos povos ditos "civilizados" do centro e norte da Europa, eu achava que fila era algo respeitadíssimo por todas as pessoas.

Mas não.

Façam a experiência, cheguem a locais repletos de turistas e reparem bem como se comportam perante as filas.
Sem qualquer problema de consciência, colocam-se logo na frente, empurram, e começam logo a dizer o que querem! Muitas vezes, com a surpresa de tal comportamento, há pessoas que não reagem e deixam-nos passar. Mas tenho vindo a reparar, que felizmente, a maioria das pessoas já os alerta e coloca-os no seu lugar.
O mais cómico é ver a reacção de surpresa deles. Notar como se defendem e, só quando percebem que há umas boas dezenas de pessoas que estão a reclamar do mesmo, é que começam a pensar na situação, percebem que além de ser um "costume local" (como já ouvi), trata-se de respeito.

Quantas vezes já tive que discutir nos elevadores de Lisboa, no eléctrico 28 e agora mais recentemente no Jerónimos!

Domingo, a porta da igreja com uma fila enorme mas o meu grupo queria esperar para entrar. Fizemos fila como todos. Quase a chegar a nossa vez, um casal de franceses passa a frente de todos, abre a cortina e entra. Eu já estava pronta para os chamar, quando o guarda da igreja reagiu.
Chamou-os, disse-lhes que teriam de fazer fila e esperar.
Com o ar mais indignado do mundo, olharam para trás e disseram:
-Nós? Porquê? Não vamos incomodar ninguém.
Não aguentei e tive que falar?
- E nós todos? Vamos incomodar? Já olhou para trás? Estamos todos aqui há muito tempo à espera, logo respeite todas estas pessoas.
Mas a senhora insistia, que eram só 2, que não fariam barulho, que não tinham tempo para esperas e que o meu grupo era muito grande.
Pois é, mas o meu grupo são pessoas como ela e atrás do meu grupo estavam  mais individuais como ela. Existe o respeito pelos outros e não tem mais solução nenhuma a não ser fazer fila.
Ela ainda assim tentou mais uma vez. Colocou a mão novamente na cortina pronta para a voltar a abrir. O guarda disse-lhe imediatamente: - O que é que não entendeu?

Como é que é possível ser-se assim?




Sem comentários:

Enviar um comentário