segunda-feira, 28 de dezembro de 2015

Peregrinos

Um dos grandes exercícios enquanto Guia é tornar a minha mente, tolerância e respeito cada vez mais flexíveis.

Aquele que chega para conhecer o meu país é diferente, é diferente de mim, da minha nacionalidade, da minha cultura e muitas vezes até, das minhas crenças e forma de viver a vida.
Saber falar com essas pessoas é o desafio máximo da minha profissão. Daí que a cada ano que passa, eu considere um bom Guia, um grande exemplo de Ser Humano.
Porquê?
Pela paciência, pelo respeito, pelo carinho, pela dedicação e pela forma simples, mas cutilante de deixar sementes para um Mundo melhor. Porque o Guia tem a possibilidade de "ensinar a pensar"...

Este ano trabalhei com uns quantos grupos de peregrinos, o que já não acontecia há algum tempo, e deparei-me de novo com aquele modo de viver que contrasta comigo e que me fez parar, observar, reparar e deixar viver.

Com sorte, este foi o ano dos grupos verdadeiramente peregrinos, com espírito de entre-ajuda, de comunidade, de amor. Assisti a pessoas que cuidavam mesmo uma das outras, a gestos de carinho que vêm mesmo do coração. Vi padres que merecem esse título, e por isso consegui viver com eles toda a história religiosa de Portugal de um modo mais pacífico.

É que o Guia tem de contar as histórias de um modo isento e se quiser deixar alguma mensagem, tem de o fazer com subtileza, não com agressão, porque aí haverá uma troca e as relações humanas deveriam ser isso: trocas, respeitosas trocas.







(um dia conto-vos o outro lado das histórias dos peregrinos, porque infelizmente, ainda há muito para mudar...)

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