Certo dia tive um tour de Lisboa muito especial: uma família - mãe, pai, o filho mais velho numa cadeira de rodas, a menina do meio (com deficiência mental) e o mais pequenito que sorria o tempo todo andava de bengala, sem quase força nas pernas.
Toda a visita teve que ser adaptada às necessidades desta família, desde o mini bus, aos sítios onde paravamos, a como entrar nos monumentos até às ruas a percorrer para que pudessem ver o máximo possível. Até o tempo que passavamos nos locais, o tipo de explicações teve que ser outro, para que todos obtivessem um pouco do que podem absorver e do que lhes é confortável.
A menina... deu-me a mão as 4 horas de visita.
No fim, eu e o senhor Faria (motorista) sentiamo-nos cansados, esgotados diria. Tal a necessidade de dar a volta às situações. Mas com sentimento de dever cumprido, de vermos sorrisos naquelas faces.
Eles... sorriam o tempo todo, aqueles pais, sorriam, abraçavam, mimavam, amavam.
As nossas 4 horas terminaram ali. As deles continuam ainda, porque são 24. 24 horas. 24 horas. 24 horas. 24 horas. 24 horas. 24 horas. 24 horas.
Quando achamos que a nossa vida é insuportável deviamos olhar à volta. E se eles sorriem...
Saí de lágrimas nos olhos, mas estes momentos são daqueles que guardo como sorte porque a minha profissão permite-me obter estes ensinamentos. E querer ser melhor, para os outros e para mim.
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