sábado, 11 de fevereiro de 2017

Da Vida

Sei que insisto muito nesta ideia, mas quanto mais o tempo passa e mais pessoas conheço, mais certeza tenho dela: "na vida todos queremos simplesmente ser felizes".
E o ser feliz passa por sentirmos que não nos enganam, que nos tratam bem, que temos casa, comida e boas amizades, que nos respeitam, que temos possibilidade de passear um pouco, que sabemos ler, pensar, que estamos protegidos.
Por tudo isto é importante pensar que quando interagimos com o outro, ele também quer tudo isso. Por isso não devemos tirar ideias precipitadas sobre os outros e nem devemos agir para com eles ao contrário do que queríamos que agissem para connosco. 
Nós nunca sabemos o que o outro transporta dentro de si.

Esta família veio de Inglaterra, a rapariga mais nova era muito faladora, muito curiosa, muito risonha. Estava sempre perto de mim a contar coisas e a querer saber mais.
No segundo dia, a tia, num momento em que ficamos mais a sós veio contar-me que o propósito da viagem tinha sido espairecer um pouco, porque a mãe dessa tal rapariga tinha falecido há duas semanas de doença prolongada. Quando regressassem da viagem iria ser o enterro. Foi a mãe da menina que planeou a viagem e como homenagem quiseram cumpri-la.

É isto a vida.
Não me vou esquecer dela, não me vou esquecer da tia a contar-me como estavam a mudar a casa e as suas vidas para que agora ela fizesse parte do núcleo duro da família da tia, não me vou esquecer do abraço que me deu.

Vivam, aproveitem os dias, a viver na vida real, com quem gostam, por muito que queiramos esquecer nós não somos eternos, e não há mal nisso, mal há em não saber viver o tempo em que aqui estamos respeitando a nossa vida, a dos outros, sejam pessoas, animais ou ... o planeta.


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